Pages

quinta-feira, 18 de abril de 2013

RESENHAS: A Morte e A Morte De Quincas Berro D'Água

Livro de Jorge Amado - A Morte e  A Morte de
 Quincas Berro D'Água
Numa certa manhã, procurado, como de costume, pelas mais variadas figuras da cidade, Quincas é encontrado em sua cama com apenas um sorriso no rosto. Não demora muito para que sua família  venha ao seu encontro, atestando realmente sua condição de óbito.

Quincas há anos havia saído de casa e se tornado o vagabundo número 1 da cidade, conhecido por lidar com a mais baixa classe da Bahia, reportado em jornais por suas aventuras, sempre na companhia de uma garrafa de "branquinha".
Sua filha, Vanda, o olhava com um certo alívio. Depois de anos perambulando como bêbado, finalmente poderia-se ressaltar sua grandiosidade como pai e esposo em tempos mais antigos, e simplismente apagar os últimos anos que ficou fora de casa.

A família então se reúne para aprontar o velório, vestindo o defunto com roupas mais respeitáveis do que sua meia rasgada com o dedão aparecendo, porém sempre tentando economizar, e se questionando se Quincas realmente merecia aquilo depois do que fez nesses anos de esbornia. Enquanto isso, a notícia corria pelo submundo da Bahia: o cachaceiro amado por todos havia passado dessa para melhor, e logo a nova chegaria aos ouvidos de seus melhores cumpadres, parceiros de boteco, com quem havia dividido esses anos todos inúmeras garrafas e histórias.

Os melhores amigos, um a um, procuram-se para dividir o sofrimento... e mais garrafas de pinga. A morte de seu companheiro mais querido mexia mais com os próprios do que com a família, que o desprezava, seguindo costumes e valores da sociedade, repudiando o bêbado por escolher aquela vida e abandonar os parentes.

No quarto onde repouzava o defunto, reuníram-se seus familiares mais próximos e seus melhores amigos, separados pela cama e sem nem sequer trocar uma palavra. Era evidente o desprezo pelos amigos e pelo próprio Quincas, por viver anos naquela companhia. Ao cair da noite, os familiares vão indo embora pouco a pouco ao verem que os bêbados não sairiam com facilidade. O último encarregado de tomar conta do morto até de manhã, quando seria velado, era seu irmão, Eduardo, que cansado demais, deixa nas mãos dos 4 amigos a responsabilidade de tomar conta do corpo até de manhã.

Discutindo sobre o terrível fim que teve Berro Dágua, os amigos questionam a vontade que tinha o "velho marinheiro", mesmo sem nunca ter navegado, de morrer no mar, e apenas no mar. Decidem então sair com o defunto para comemorar seu primeiro aniversário em anos, em busca dos prazeres da noite, à procura de conhecidos para celebrar, e claro, sempre garantindo algumas garrafas para acompanhar, não esquecendo de sempre molhar o bico do parceiro Quincas, que bebia de um jeito estranho, sempre disperdiçando a pinga pelos cantos da boca. O objetivo era encontrar Quitéria, chamego de Quincas, que atordoada com a notícia da morte de seu amado, se mantinha aos prantos quando a trupe aparece, provocando sorrisos e suspiros de alívio. Então todos o rumo da peixada semanal no antigo saveiro, onde comeriam, beberiam e comemorariam a presença de seu mais precioso amigo.

O saveiro parte do cais e tudo é festa, porém o capitão avista uma tempestade próxima e aconselha a volta rápida ao quebra-mar, porém, em meio aos festejos, nínguém quer parar, nem mesmo o próprio Quincas. A tempestade começa e todos se assutam com os raios que cortam o céu. Todos concordam em partir para o quebra-mar e chegando lá há somente uma dúvida: onde está Quincas Berro Dágua? 
Quincas agora está em meio às ondas, reclamado pelo mar, onde deveria estar desde o início, e onde, por ajuda de seus cumpadres, terminou seus dias, sem frase derradeira, apenas especulações.

Resenha de
José Tavares  Turma: 3102

Nenhum comentário:

Postar um comentário

 

Blogger news

Blogroll

About